quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Programa de cotas nas Fatecs seguirá critério de mérito


O Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), proposto pelo Governo do Estado na quinta-feira, 20, para as três universidades paulistas e para as Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) será baseado em critérios de mérito. Ainda em fase de avaliação pelas instituições envolvidas, o programa prevê que 50% das vagas das universidades estaduais paulistas e das Fatecs sejam preenchidas por alunos oriundos de escolas públicas, e, dentro desses 50%, de 35% para pretos, pardos e índios. A proposta deve entrar em vigor a partir de 2014, com prazo de quatro anos para que as metas sejam cumpridas.
O projeto do governo, que ainda será analisado pelos conselhos da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), e pelo Conselho Deliberativo do Paula Souza, não fala em renda familiar nem sugere a reserva direta de vagas: o desempenho acadêmico dos alunos também será avaliado.
“É importante salientar que a inclusão está sendo feita sem prejuízo da qualidade”, afirma, Laura Laganá, diretora superintendente do Paula Souza. “Temos uma experiência muito positiva nesse sentido, que será aprimorada com a nova proposta do governo.”
O preparo dos alunos deverá ser garantido de duas maneiras. Cerca de 60% das vagas das cotas serão preenchidas com base em políticas de atração de bons alunos da rede pública. Algumas estratégias serão adotadas e outras existentes, mantidas, como bônus nos vestibulares dessas universidades e o Sistema de Pontuação Acrescida do Paula Souza – que desde 2006 prevê bônus de 10% para afrodescendentes e de 3% para oriundos da rede pública, benefícios cumulativos.

Os outros 40% de vagas serão preenchidos a partir de um curso sequencial, também de nível superior, semipresencial e com duração de dois anos, oferecido a alunos selecionados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Ministério da Educação, ou pelo Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), do Governo paulista.

Ao final do curso, chamado de college por se inspirar num modelo americano similar, o aluno com o equivalente a nota 7 receberá um diploma de nível superior. Quem quiser seguir os estudos poderá entrar nos cursos de graduação, sem vestibular. No caso das Fatecs, o aluno poderá ingressar num curso tecnológico após um ano de college.

O estudante desse curso poderá ainda receber uma bolsa mensal no valor de R$ 311 se comprovar baixa renda familiar. Ao todo, o college vai oferecer 2 mil vagas (das quais mil para pretos, pardos e indígenas). 

Equilíbrio
O Pimesp tem como objetivo promover o equilíbrio entre os percentuais de participação sócio-étnica na população do Estado e as matrículas no ensino superior público paulista. Hoje, mais de 80% dos alunos do ensino médio estudam na rede pública, eles são minoria nessas universidades. O percentual de pretos, pardos e indígenas foi calculado a partir da porcentagem deles na população brasileira verificada pelo IBGE no Censo Demográfico de 2010, que é de 35%.
O Paula Souza aplica desde 2006 uma política de inclusão, o Programa de Pontuação Acrescida, que concede bônus de 10% para estudantes oriundos da rede pública e 3% aos afrodescendentes, sendo os dois benefícios cumulativos (somando até 13%). Com isso, 77% dos matriculados nas Fatecs estudaram exclusivamente em escola pública.  
Dos 22.538 alunos que ingressaram nas Fatecs em 2012, 5.355 são afrodescendentes e 16.853, oriundos da rede pública. A diferença entre essa realidade e a meta a ser atingida pelo programa diz respeito a cursos e turnos onde o número de matriculados ainda não atinge a porcentagem proposta, o que acontece especialmente em cursos e unidades mais disputados.

fonte: http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/Noticias/2012/dezembro/21_programa-de-cotas-nas-fatecs-seguira-criterio-de-merito.asp

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