sábado, 31 de março de 2012

Engenheiros: a "boa vida" deles

 
A economia brasileira está em alta por conta do crescimento da produção industrial e dos investimentos na construção civil. Toda essa movimentação faz com que a carreira de engenheiro esteja cada vez mais valorizada. Esse profissional, com cerca de quatro anos de mercado, pode ganhar R$ 7 mil. As empresas chegam a investir em treinamento para garantir, em seus quatros, essa mão de obra tão disputada. 

Na avaliação do analista de Recursos Humanos da Psicoespaço Consultoria em Gestão de Pessoas, André Zonta, essa é uma carreira em expansão. Na indústria, por exemplo, há falta de profissionais qualificados e, muitas vezes, é preciso contratar pessoas de fora do Estado. 

"Os profissionais precisam se capacitar cada vez mais. Uma coisa indispensável é saber falar inglês. Aquele que busca desenvolvimento tem grande chance de crescimento", disse Zonta. 



Para reter os bons profissionais, muitas empresas oferecem benefícios que vão além do salário, conforme explicação do analista de RH. 

O gerente de RH da Morar Construtora, Sidcley Gabriel da Silva, atribui o aumento da procura por engenheiros ao boom imobiliário, que ocorre no Estado desde 2005. 

Segundo ele, a demanda de mão de obra técnica é grande, e as construtoras acabam encontrando dificuldades na hora da contratação. 

"Há um grande número de lançamentos para os próximos três anos. A empresa busca profissionais que se encaixem na política da companhia, que seja comprometido e tenha experiência", comentou o gerente. 

Entre os atrativos da empresa estão salário compatível, benefícios, participação em resultados e treinamentos. Isso, segundo o gerente, vale também para reter talentos. "O que acontece com frequência é que estamos investindo na formação. Os engenheiros começam como estagiários e são contratados quando se formam. Muitos começaram como estudantes e, hoje, atuam como supervisor de obras", disse.

A demanda por engenheiros é grande também na indústria, principalmente por aqueles que tenham experiência. O gerente de RH da ArcelorMittal Cariacica, Ilton Pretti Zamprogno, diz que a siderúrgica procura profissionais que tenham cinco anos de mercado e com conhecimento em inglês. A participação de programas de trainee também é levada em conta. 

"A empresa quer em seus quadros pessoas criativas e que, por conta desse cenário econômico, busquem alternativas que fujam do lugar comum", ressaltou. 

O gerente informou que há muita demanda para a contratação de engenheiros metalúrgicos, elétricos e mecânicos, essas especializações que são voltadas para área de manutenção. Outra demanda crescente é para engenharia de produção. 

"Na hora de contratar um profissional, analisamos também o período em que a pessoa ficou nas outras empresas. Isso demonstra a preocupação de finalizar projetos e entregar resultados", disse. 

O que a Vale faz para contratar pessoal

Vale
Programa de Especialização Profissional
Desenvolve engenheiros e geólogos por meio de curso de pós-graduação nas áreas de mineração, ferrovia e porto. O curso é aberto para profissionais com até três anos de formação e tem duração de três meses com aulas em tempo integral e visita técnica às instalações da Vale. A mineradora ainda não definiu o prazo de inscrição. 

Programa de Recrutamento para Projetos 
Tem como objetivo contratar e aperfeiçoar engenheiros na gestão de projetos, considerando as práticas de mercado e a metodologia de gestão específica da Vale, para que possam atuar na implantação de projetos de capital da empresa no Brasil e outros países. Podem participar engenheiros com até quatro anos de formação. O prazo de inscrição ainda não foi definido. 

Análise
Resultado de anos sem capacitação

A demanda para a contratação de engenheiros aumentou por conta do crescimento econômico do país. Passamos por muitos anos sem investir na formação de profissionais, e por isso há muita dificuldade em encontrar aqueles que estejam prontos para assumirem suas funções. Os engenheiros devem pensar na formação técnica e também na comportamental. O mercado busca profissionais que tenham inciativa, trabalhem em equipe e que tenham habilidade de liderança. Outra coisa muito importante é falar o inglês fluentemente. 

Odias Pereira de Souza, conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES)

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